sexta-feira, 31 de maio de 2013

O ÚLTIMO LANCEIRO NEGRO E A BRIGADA MILITAR





Agamenon Vladimir Silva



          Pesquisas iniciadas pelo inolvidável historiador, Cel. Hélio Moro Mariante e continuadas pelo Ten. Fernando Quadrado Leite do EB, Agamenon Vladimir Silva, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e o Dr. Firmino Chagas Costa, historiador e pesquisador emérito do Município de Júlio de Castilhos(Vila Rica), sobre aquele que é o último lanceiro negro, comprovado historicamente, “que sempre combatia  empunhando vigorosa e orgulhosamente  sua lança. “ 

                                 Trata-se, do bravo soldado negro republicano – Capitão  Nicolau Antonio dos Santos, natural da então Vila Rica, atual Júlio de Castilhos, que, ainda muito jovem(24anos) foi combatente na arma  da cavalaria, durante o decênio heroico (1835-1845), desconhece-se se emigrou com o Gen.Neto, após o episódio de Porongos, mas, sabe-se que combateu na guerra contra Rosas(1851-1852). Foi , mais tarde, para a Guerra contra o Paraguai(1864-1870),retornando em 14.03.1870, na graduação de sargento do 1º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, graduação que manteve por 40 anos.
                                
                                  Na Revolução Federalista(1893-1895) foi engajado como alferes nas forças civis e no fim do conflito retornou como capitão da Brigada Militar. Durante a Revolução Federalista comandou o 2º e o 3º Esquadrões do 1ºRegimento de Reserva da Cavalaria da Brigada Militar, presente no episódio do Carovi, onde foi ferido mortalmente o General Federalista Gumercindo Saraiva(03.08.1894).

                                  Após o término da Revolução Federalista, foi reformado  pela Brigada Militar, no posto de capitão e voltou a residir em Vila Rica(Júlio de Castilhos), onde veio a falecer em 15.10.1896. Como soldado de cavalaria que sempre o foi, como relíquia mantinha sua lança “da qual nunca se separou e com ela sempre combateu! “

                                  A História Rio-Grandense, de tempos em tempos, revela nomes e fatos de cidadãos e de soldados inigualáveis, que nos surpreendem e merecem nosso reconhecimento e veneração, como o Capitão Nicolau Antonio dos Santos, cuja lança (a ser confirmada a notícia) foi provável e recentemente localizada.



 Fontes:
1º - Esboço Histórico da História da B.Militar,1º vol., Maj.Miguel José Pereira:
2º - Arquivo  Pessoal do Cel. Hélio Moro Mariante:
3ºSentinela do Sul, P.A.1868; Almanaque AFR de 1900(Biblioteca Pública do Estado.