sábado, 9 de novembro de 2013

LINHA DE TIRO DA BRIGADA MILITAR NAS BANANEIRAS


Correio do Povo do dia 11 de novembro de 1910 noticiava:

Linha de tiro - A 19 do corrente, ás 3 horas da tarde, realizar-se-á, na chácara das Bananeiras, arraial do Parthenon, a inauguração official da linha de tiro da Brigada Militar. Carlos Barbosa, presidente do Estado, comparecerá ao acto.

Fonte: Jornal Correio do Povo - Coluna "Há um século no Correio do Povo".

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CEL AGENOR BARCELOS FEIO: BRIGADIANO HERÓI REVOLUCIONÁRIO

JORNAL ABC DA SEGURANÇA

Articulador e trainer dos operadores, participou do ataque ao Quartel da 3ª Região Militar em 3/10/1930



As informações que colhemos das mais diferentes fontes reforçaram o que já estávamos pensando de tão importante figura da Revolução de 1930.

Realmente, o Cel Agenor Barcellos Feio tinha sido um homem de valor, pois era bondoso, justo e disciplinador.

Precisávamos colher elementos para traçar, ainda que superficialmente, a biografia daquele que comandara tão intrépido assalto militar ao Quartel General da 3ª Região Militar, sediado em Porto Alegre, na tarde de 3 de outubro de 1930, e executado por um pugilo de homens da extinta Guarda Civil.

Assim percorremos vários caminhos – Sr. Amaro Barcellos Feio, Sras. Luiza Soviero Feio, Maria Fausta Feia Obino e Graziella Ferraz Feio, e mais o Cel EBTolio Soviero, respectivamente, irmão, viúva, filha, cunhada e sobrinho de Agenor. Todos nos cercaram com o carinho e atenção.

Tudo começara com as preciosas indicações do Cel PM Paulo Fernandes e Maj. PM Wolmer Correa que haviam feito tais orientações.

A filha Maria Fausta nos disse, da última homenagem prestada – mesmo decorridos 11 anos da morte de Agenor – isto tinha acontecido no último dia 6 de agosto, quando o Prefeito Municipal de Niterói Sr. Moreira Franco, assinou o Decreto nº 3360/80, com aquela data, e que a certa altura destacava: 

…”considerando que o ex-coronel Agenor Barcellos Feio prestou, com invulgar dedicação, assinalados serviços ao Estado do Rio de Janeiro, quer como titular do cargo de Secretario de Segurança Pública quer no desempenho dos mandatos eletivos de Deputado Estadual e Deputado Federal; considerando a desvelada atuação do saudoso homem público no desempenho de todas as importantes missões que lhe foram confiadas, decreta – Art.1º – É denominado Cel Agenor Feio o terminal rodoviário da zona norte de Niterói”…

As duas cartas que serão transcritas parcialmente adiante tem a maior valia documental – a primeira – do próprio Agenor – se constituindo em uma autobiografia – e a segunda – da sua filha Maria Fausta – complementa algumas posições e realizações de um homem que também soubera vencer longe de seu Estado.

Dados Pessoais - Sou filho de Felix Feio, natural de Soledade, e de Maria Fausta de Barcellos Feio, natural de Cachoeira do Sul. Nasci, em 9 de abril de 1896, no lugar denominado Charqueadas – 1º distrito do município de S. Jerônimo. Mas, minha família instalou-se, pouco depois, na cidade de S. Jerônimo, onde faleceram meus saudosos pais.

Cargos Ocupados - Antes de ser Prefeito de Santana, ocupei os seguintes cargos:

No Estado do Rio Grande do Sul
Praça de 1913 iniciou o meu oficialato na Brigada Militar, em 14 de dezembro de 1917, quando fui nomeado para o posto de alferes (2º tenente) e classificado no Grupo de Metralhadoras.
Fui ajudante de ordens do saudoso Coronel Afonso Emilio Massot, Comandante Geral da Brigada – chefe de grande envergadura moral, intelectual e profissional – hoje Patrono da Brigada Militar. A seu lado, atuei na guarnição e defesa da Capital do Estado, por ocasião da revolução de 1923, tendo tomado parte na fuzilaria que se travou, numa fria madrugada de agosto daquele ano, na Praça de Bombeiros, em Porto Alegre, entre uma força da Brigada, por mim dirigidos, e revolucionários que pretendiam apoderar-se de metralhadoras dos 3º Batalhão, por meio de suborno dum cabo que foi, entretanto, leal e revelou o plano, permitindo que o grupo sedicioso fosse desbaratado, após a sua reação.

Como o 1º Tenente, em 1924, seguiu para a capital de S.Paulo, fazendo parte de um grupo de batalhões de caçadores da Brigada, que para ali se deslocou, com o efetivo de 1.000 homens, para combater, ao lado das forças legais, contra os rebeldes do General Isidoro Dias Lopes, que ocupavam a cidade. Durante mais de umas nós, o G.B.C. combateu, bravamente, os rebeldes nas ruas do Alto da Mooca, na zona do Hipódromo, onde se travaram renhidos encontros, inclusive, a baioneta, dentro das peculiaridades da luta, nas ruas, quarteirões e edifícios da cidade. Tivemos aí 5 mortos e 31 feridos. Depois da retirada dos rebeldes da capital, o G.B.C. teve ordem de deslocar-se para o Paraná, a fim de evitar a incursão dos mesmos neste Estado, pela fronteira paulista da Alta Sorocabana.

Como, entretanto, os rebeldes tivessem seguido, em várias composições de trem, pela Alta Sorocabana, rumo ao Porto Tibiriçá, nos barrancos do Rio Paraná, a divisão de operações deu ordem ao G.B.C. para retornar a S. Paulo, a fim de assumir a vanguarda das tropas do Exército e auxiliares que perseguiam a coluna de Isidoro. Em Presidente, o G.B.C. assumiu a vanguarda e combateu em Santo Anastácio com a “coluna da morte”, comandada pelo famoso tenente Cabanas. A luta durou 4 horas. E os rebeldes, aproveitando-se da trégua da noite, retiraram-se pela madrugada. Tivemos, nesse combate, várias perdas, inclusive o Capitão Cristalino Pedro Fagundes, oficial de destacada bravura.

Após 3 meses de operações, o G.B.C. retornou a Porto Alegre, depois de ter cumprido com sacrifício e bravura a sua missão. Em 15 de abril de 1925, fui promovido ao posto de capitão e nomeado, na mesma data, para o cargo de secretário da Brigada Militar, no comando do Coronel Massot.
Com o infausto falecimento deste grande chefe, em 21 de outubro de 1925, as sumiu, em seguida, o comando da Brigada, o saudoso coronel Claudino Nunes Pereira – oficial culto, dinâmico e empreendedor – que me convidou para que continuasse, no seu comando, ã frente da Secretaria da Brigada, cargo que exerci até 18 de janeiro de 1929, data em que, no governo do grande brasileiro e estadista, o saudoso Dr. Getúlio Vargas, então Presidente do Estado e a quem a Nação deve a obra inolvidável da sua transformação social, politica e econômica, que se operou no seu benemérito governo – fui nomeado para organizar e exercer, em comissão, o cargo de comandante do Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre.
Depois de estudar as organizações das Polícias Civis do Rio e de S. Paulo, imprimi organização moderna ao Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre, dentro dos princípios da polícia preventiva, branda, maneirosa e assistencial, sem prejuízo de ação firme, quando necessária ela se tornasse.
Foram adotados uniformes mais condizentes com a função especifica da corporação e submetido o pessoal, para admissão, a rigorosos testes mentais, físicos e morais. Era intensiva a instrução policial teórica e prática, de acordo com modernos métodos, além dos treinamentos de ordem unida – a escola da coesão e da disciplina.
Dava-se, em geral, preferência para a admissão aos melhores reservistas do Exército e da Brigada, homens já com o espírito de disciplina e os sensos adquiridos na caserna, além de treinados no manejo das armas leves e pesados, dentro do critério de que a policia preventiva deve também estar apta a usar de meios adequados nos graves perturbações de ordem pública, atuando como policia de choque se necessário for.
O Corpo de Guardas Civis, hoje Guarda Civil de Porto Alegre, prestou e vem prestando os mais dedicados e relevantes serviços à coletividade, sendo que o Corpo de Guardas Civis, desempenhou, bravamente, sob o meu comando, coma supervisão do grande brasileiro e animador da Revolução, o saudoso Dr, Oswaldo Aranha, e do General Flores da Cunha, talvez a mais importante e decisiva missão da Revolução de 30, na tarde de 3 de outubro daquele ano, com a tomada do Quartel General da 3ª Região Militar e do Arsenal de Guerra , situado à rua dos Andradas, na Capital do Estado.

Nessa violenta refrega, que durou uns 15 minutos mais ou menos, o Corpo de Guardas Civis teve 7 mortos e 15 feridos, que deram as vidas e derramaram seu generoso sangue pela redenção da Pátria.

A 10 de outubro de 1930, fui promovido ao posto de major e dois dias depois, a 12 de outubro, fui comissionado no posto de tenente-coronel para comandar o 19 Batalhão de Infantaria da Reserva, que foi por mim organizado, com o efetivo de 800 homens, composto de pessoal do Corpo de Guardas Civis, de elementos da Brigada Militar e de voluntários incorporados.

Este Batalhão, rapidamente organizado, armado e equipado, seguiu em duas composições de trem para, ao lado das forças revolucionárias, lutar contra as forças reacionárias que ocupavam Itararé, em S. Paulo, e zonas circunvizinhas.

Com a deposição, porém, do governo pelas forças do Exército, estacionadas no Rio de Janeiro, as forças paulistas reacionárias depuseram as armas, evitando-se, assim, o derramamento de sangue, na iminente batalha de Itararé.

O Batalhão teve ordem de seguir para a cidade de S. Paulo, onde acantonou no Armazém B2 da Central do Brasil. Depois de uns dez dias de permanência em S. Paulo, tivemos ordem de regressar ao Rio Grande e chegamos a Porto Alegre, em 12 de novembro de 1930.



Estado do Rio de Janeiro – Niterói

O Cel Agenor Barcellos Feio veiu para o Estado do Rio a convite do Interventor Ernani do Amaral Peixoto, para ocupar o cargo de Secretário de Justiça e Segurança Pública. Foi nomeado a 5 de agosto de 1942 e tomou posse dia 6. A 29 de outubro de 1945 foi nomeado pelo Interventor Ernani Do Amaral Peixo To para exercer, em comissão, o cargo de Secretário de Segurança Pública. Tomou posse nesse dia. A 29 de fevereiro de 1946, foi nomeado pelo Exmo Sr. Presidente da República, Gen. Eurico Gaspar Dutra, para exercer as funções de membro do Conselho Administrativo do Estado do Rio de Janeiro. Tomou posse a 8 de março de 1946, no Palácio do Governo em Niterói. Em 1947, nas eleições de 19 de janeiro, se candidatou a Deputado Estadual pelo P.S.D. (Partido Social Democrático). Foi eleito e diplomado a 14 de fevereiro do mesmo ano.

Em 1950, nas eleições de 3 de outubro, candidatou-se novamente a Deputado Estadual pelo P.S.D. Foi eleito e diplomado a 31 de janeiro de 1951. Nesse mesmo ano o Governador do Estado do Rio, Ernani Do Amaral Peixito nomeou-o para exercer, em comissão, o cargo de Secretário de Segurança Pública. Tomou posse a 31 de janeiro e entrou em exercício. A 6 de agosto de 1952, recebeu da Câmara Municipal de Niterói o título de Cidadão Honorário de Niterói, título esse conferido em reunião realizada 15 de julho.
Em 1954, nas eleições de 3 de outubro se candidatou a Deputado Federal pelo P.S.D.; foi eleito e diplomado a 31 de dezembro do mesmo ano. No governo do Sr. Ernani do Amaral Peixoto foi nomeado para exercer o cargo de Ministro do Tribunal de Contas, a 22 de dezembro de 1954. O Exmo. Sr. Presidente da República, Juscelino Kubistschek, em 1959, nomeou o para Diretor da Caixa Econômica Federal, continuando nos governos dos Presidentes Janio Quadros e João Goulart, até o término de seu mandato, em 1964. Faleceu a 15 de dezembro de 1969, sendo enterrado no cemitério da Conceição, em Niterói.

O opúsculo publicado pela chefia da Polícia Civil/RS, em 1966, que transcrevo, cuja capa se encontra, na galeria, possibilitou que se obtivesse melhores informações sobre o Cel Agenor Barcellos Feio. Por terem chegado, imediatamente, após inciado o ataque ao quartel da 3ª Região Militar, são retratados como comandantes da ação: Oswaldo Aranha, Flores da Cunha e o então capitão Agenor Barcellos Feio.

FONTE:

terça-feira, 3 de setembro de 2013

MATRIZES DO LP DO CORAL DA APM




Gastão Gal 


Nobre amigo Bengochea, descobri quem está com as matrizes do LP do Coral da APM, é Microservice que comprou os direitos da Som Indústria e comércio S/A. Me responderam agora. 

Bem estou tentando sensibilizar nossa associação para reeditarmos em formato de CD e preservarmos nosso acervo da querida APM e seu coral. 

Quem tiver partituras por favor nos consiga para digitalizarmos, desejo a partir deste ponto colocar a partitura no programa Encore filmar e postar para todos nós recordarmos.

Também entrei contato com o Maestro Gil de Roca Sales para nos enviar a partitura de duas músicas cantadas pelo coral e cujos arranjos foram feitos por ele. Estou tentando. 




Alberto Afonso Landa Camargo - Esta foto junto ao "Laçador", à qual o Aldo se refere, é posterior a mim na APM. Desconheço o ano. Aquela que está em outra postagem, que reproduzo abaixo, tendo o Coral Misto da APM e do IE, juntamente com a Maestrina Dinah e o Maestro Radamés, é de 1969.

José Carlos Figueiró -  Revendo a foto, identifico perfeitamente ( 1a esquerda primeira fila) o saudoso New Aírton Frota. Era da nossa turma (asp 70) e se formou com a turma de 71. Portanto o ano da foto deve ser 70 ou 71.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

UMA BRIGADIANA GANHA O TROFÉU GURI DA EXPOINTER


ZERO HORA 28 de agosto de 2013 | N° 17536

TROFÉU GURI

Noite de homenagens. Cerimônia em Esteio destaca personalidades que ajudam a promover o Estado no país e no mundo


Ao som da tradicional canção que inspirou o Troféu Guri, 10 personalidades que se destacaram em suas atividades e promoveram o Rio Grande do Sul no país e no mundo foram homenageadas ontem à noite na Casa RBS, durante a 36ª Expointer, em Esteio. Em uma cerimônia festiva que contou com a presença do governador Tarso Genro, a 16ª edição do evento foi marcada pela emoção de gaúchos que voltaram a sua terra para receber a distinção.

A solenidade, apresentada pelo jornalista da Rádio Gaúcha Lauro Quadros, foi aberta com o Quarteto de Cordas Fina Estampa, de Novo Hamburgo.

– É motivo de muito orgulho para a RBS homenagear essas pessoas que, com paixão e dedicação pelo nosso Estado, contribuem para o seu desenvolvimento e para divulgar o que temos de melhor – disse o presidente-executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer.

Entre os homenageados deste ano, estavam oito guris e duas gurias. Alguns deles deixaram o Estado para fazer carreira nacional e internacional, como a apresentadora da TV Globo Fernanda Lima e o presidente da companhia aérea portuguesa TAP, Fernando Pinto.

– Nesse caminho que se faz pelo mundo, saí do Rio Grande do Sul com 12 anos, sempre tive em mente que toda a minha base, tudo o que eu aprendi, foi daqui que eu levei – disse Fernando Pinto, engenheiro mecânico nascido em Porto Alegre.

Governador destaca a pluralidade do povo gaúcho

Também longe da capital gaúcha desde a adolescência, a apresentadora e empresária Fernanda Lima tem ligação com o agronegócio, mesmo que tímida. No Rio de Janeiro, tem uma propriedade onde cria cerca de 70 cabeças de gado e alguns cavalos.

Primeiro a receber a premiação, o escritor Alcy Cheuiche usou um trecho da música Guri e lembrou emocionado o primeiro concurso de poesia de que participou, na década de 1960.

– Se alguma coisa fiz para merecer este troféu, foi que, por onde andei, mesmo sem bombacha e bota, sempre fui e serei gaúcho – afirmou Cheuiche.

Presente na solenidade, o governador Tarso Genro destacou que os agraciados da noite representam a síntese de um povo que tem uma pluralidade interna, na vida e na forma de encarar os desafios existentes.

– Daqui, de um Estado singular, saíram grandes iniciativas que formam o que melhor têm o Brasil – disse o governador.

Criado pela Rádio Gaúcha em 1998, o prêmio já homenageou 167 gaúchos de nascimento ou por adoção, que, graças a suas atividades, ajudaram a disseminar a cultura gaúcha e o Estado para além das fronteiras de seu território. Uma das principais atividades culturais do Grupo RBS na Expointer, a 16ª edição do evento de entrega dos troféus teve o patrocínio de Masal e CarHouse.


O NOME

- O Troféu Guri é uma homenagem ao cantor César Passarinho, que venceu o festival Califórnia da Canção Nativa em 1983 interpretando a canção Guri, de autoria de João Batista Machado e Júlio Machado da Silva Filho.

- Passarinho foi considerado o melhor intérprete da canção. Nascido em Uruguaiana, morreu em 1998, aos 49 anos, em Caxias do Sul, vítima de câncer.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CANÇÃO OLÍMPICA DA BRIGADA MILITAR


Letra: José Hilário Ajalla Retamozo
Música: Zacheu Barbosa da Silva




Valorosa milícia do Estado
No altar dos esportes em pé
Tu conjugas o povo e o Soldado
Sob os louros da glória e da fé.

Brigada! Brigada! Espartanos em pé
Alvorece uma estrada
Aos que lutam com fé.

Os clarins que enaltecem os fortes
Vibram notas ao sol do amanhã
Há no emblema do amor aos esportes
Alvorada a raça mais sã.

Brigada! Brigada! Espartanos em pé
Alvorece uma estrada
Aos que lutam com fé.

Da caserna ao palácio do esporte
Do soldado ao mais alto oficial
A contenda consagra o mais forte
E a vitória ilumina o ideal.



O capitão Claudio Goggia conquistou o bronze  no hipismo.
Brasil termina em 1º nos Jogos Militares.

O BRIGADIANO


Autor: Ayrthon Nenê Caetano


Uns acreditam na sina outros creem em missão

Eu penso que e vocação ter função de brigadiano

Pois e preciso coragem para um ser em sã consciência

Enfrentar rixa e pendências dia a dia ano a ano



É andar ostensivamente mantendo a ordem e a paz

Prevenindo o meliante das consequências da ação

É convencer o ladrão a não praticar o roubo

É presenciar fato horrendo sem demonstrar reação



É o brigadiano que empresta muitas vezes seu ombro amigo

Para a mãe, o pai ou o filho na presença do sinistro

Quantas vezes corre o risco no meio de uma investida

De perder a própria vida pra nos livrar do perigo



Todo o policial fardado transmite mais segurança

E o Cidadão tem confiança no servidor da Brigada

Pois sabe que se a armada faz ronda em certo local

Nem um fulano de tal ousara qualquer jogada



Não pensem alguns Cicranos que eu estou puxando o saco

Pois sou um cidadão correto cumpridor de meu dever

Apenas quis demonstrar um gesto de gratidão

Aos que tem por missão nos guardar e proteger.

terça-feira, 30 de julho de 2013

PM NINJA

ZERO HORA 30 de julho de 2013 | N° 17507


Soldado vira celebridade após vídeo

Mais de 36 mil visualizações no YouTube e 17,6 mil compartilhamentos no Facebook transformaram o PM Juarez Padilha da Silveira, de Barros Cassal, no Vale do Rio Pardo, em celebridade. Mesmo de férias e fora da cidade, o soldado de 42 anos e 22 anos de profissão conta que nunca ouviu o celular tocar tanto como nos últimos dias, após o vídeo em que aparece fazendo movimentos com o cassetete para imobilizar um homem. Em conversa com ZH, ele diz que teve medo da repercussão na BM.

VANESSA KANNENBERG


ENTREVISTA - “Não se fala em outra coisa”

JUAREZ PADILHA DA SILVEIRA Soldado



Zero Hora – Qual foi a reação do senhor ao saber do vídeo?

Juarez Padilha – Quando uma colega me mostrou o vídeo fiquei surpreso, porque não sabia que alguém tinha filmado. Minha primeira reação foi ficar com medo, assustado, porque, como brigadiano, temos regras e podemos ser julgados se agirmos com excesso. Fiquei com medo do que a corporação fosse achar e pensei “vai dar problema”.

ZH – Mas pelo visto a repercussão foi positiva.

Padilha – Muito. A gente que mora no Interior não tem noção do tamanho que as coisas podem tomar. Só recebi elogios. E na cidade não se fala em outra coisa. Todo mundo me ligando e ligando também para os moradores de lá, querendo saber quem eu sou. Além disso, fiquei feliz que uma ação bem executada da Brigada fez sucesso, porque normalmente só repercute quando a situação é pejorativa.

ZH – E por que o senhor fez movimentos parecidos com um ninja?

Padilha – Eu aprendi isso num treinamento da Brigada e depois fiz aulas de taekwondo para aprimorar a técnica com o bastão. Faz mais de 10 anos, mas não tem como esquecer. Eu sempre prefiro usar o bastão do que a arma. Ainda mais em Barros Cassal, que a gente sabe quem é quem e muitas vezes não tem necessidade de ser agressivo.





terça-feira, 23 de julho de 2013

O PROVECTO ADORMECIDO


Agamenon Vladimir Silva




Uma reliquia histórica : O Provecto Adormecido no Museu da Brigada Militar. (85.01.001)



Trata-se de um canhão de campanha inglês – Whitworth, modelo 1863, de antecarga, raiado, calibre 4 libras(51mm), de aço fundido, também conhecido com o metal homogêneo, que tem sua alma de forma hexagonal, com doze faces, seis longas e seis estreitas. Na Inglaterra, em 1855, Sir Joseph Whitworth(1803-1887) requereu e obteve, em Manchester, o privilégio para construção de peças de artilharia com a alma poligonal em espiral, aproveitando o abandono da artilharia de alma lisa, que ocorreu no decênio de 1860-1870.

Muitas das vantagens dessa nova artilharia foram atribuídas ao uso dos projéteis alongados, ao contrário dos habituais esféricos, cujo novo formato aumentava consideravelmente o coeficiente balístico. O 2º Império do Brasil comprou a partir de 1863, uma certa quantidade de canhões Whitworth, fabricados entre 1863 e 1874(com exceção de duas) e que eram de antecarga(carregar pela boca). Estes tipos de peças tem a alma hexagonal, e foram fabricadas nos calibres 47mm, 51mm e 54mm(entre ângulos) e foram utilizados pelo exército e pela marinha na Guerra contra o Paraguai(Adler).

O canhão sob exame é um do tipo usado pelo 2º Regimento de Artilharia a Cavalo, a partir de 1872. Este tipo de canhão foi desativado na década de 1880, quando serviam no 4º Regimento de Artilharia a Cavalo, mas voltaram a ser usados na Revolução Federalista, como medida emergencial.(Adler)

Os projéteis disparados pelos canhões Whitworth, com o modelo 1863, de antecarga, raiado, com peso de quatro(4) libras (51mm) de calibre eram maciços, granadas explosivas, shrapnels(boxer) e as lanternetas. As cargas de projeção regulamentares para esse tipo de peça de campanha de quatro(4)libras são: carga de projeção máxima 230g(pólvora nacional marca”C”:carga ordinária padrão: 180g : carga explosiva da granada ordinária: 90g(pólvora nacional marca “A”, na falta, “F” . O maior alcance obtido com carga máxima de 230g de pólvora para projeção do projétil maciço era de 2.048m, com um ângulo de 8º, o que era considerado extraordinário na época, para “um canhãozinho tão pequeno...”

Para sua utilização no território brasileiro, com características muito diversas, o Arsenal da Corte, realizou uma alteração no reparo onde a peça(cano) era assentada, que originalmente era do sistema Scottt (Richard). Até aqui, os dados técnicos conhecidos.


Dados Históricos:

Sobre a utilização do canhão Whitworth, inglês, modelo 1863, de antecarga, raiado, calibre 4 libras(51mm), está registrado ter sido doado pelo Museu Júlio de Castilhos, em 09 de maio de 1985, para o acervo do Museu da Brigada Militar(85.01.001), com a informação de fôra utilizado na Revolução Federalista(1893-1895).

As características próprias dos combates em movimento exigiam o emprego de peças de artilharia leves, tracionadas geralmente por dois muares e que podiam ser mudadas de posição com rapidez e facilidade no acompanhamento dos combates travados pela infantaria.

Quando foram iniciadas as hostilidades no Estado do Paraná, o governo reforçou o parque de artilharia alí existente, atingindo um total de 21 canhões Krupp de 75mm TL. No decorrer dos combates até a queda da Lapa, todo o material enviado existente naquele Estado foi capturado pelas forças revolucionárias. Após os desastres de Paranaguá, Tijucas e Lapa, o governo do estado e o comando do 5º Distrito Militar entraram em pânico. Na artilharia legalista, antes do trágico desfecho dispunha , também, de dois(2) velhos canhões Whitworth de 4 libras e um(1)canhão La Hitte, que foram igualmente capturados quando da tomada da Lapa.

O Retorno:

Em 29 de abril de 1894, o General Federalista Gumercindo Saraiva reconheceu a impossibilidade de invadir o Estado de São Paulo, decidindo-se pelo retorno do Exército Revolucionário para o Rio Grande do Sul, levando consigo parte da artilharia( 8 canhões Krupp 75mm TL), que tinham sido capturados. Não tendo tempo a perder, dividiu suas forças em três colunas independentes e que deveriam fazer junção em Nonoai, no Estado do Rio Grande do Sul.

A 1ª coluna sob o comando de Aparício Saraiva e Torquatao Severo, se fazia acompanhar de uma bateria de artilharia de 3 canhões e 3 metralhadoras.

A 2ª coluna sob o comando de Juca Tigre e Vasco Amaro, com cerca de l.000 cavaleiros e uma bateria de 3 canhões e 3 metralhadoras.

A 3ª coluna sob o comando direto de Gumercindo Saraiva, era constituída de forças de infantaria, cavalaria e os feridos.

Após a primeira reunião das colunas de Gumercindo e Aparício em Campos Novos(Santa Catarina), em 26 de maio de 1894, os Federalista chegarão no Passo do Barracão, junto ao Rio Pelotas.((30 de maio de 1894).

Quanto a coluna de Juca Tigre e Vasco Amaro, que havia tomado o rumo do rio Iguaçu, perseguida intensamente, acabou deixando a artilharia para trás, dissolvendo-se e somente cerca de 300 integrantes conseguiram alcançar o Estado do Rio Grande do Sul.

Aparício Saraiva abandonou toda a artilharia remanescente, antes, desmontando-a e ocultando-a nas matas próximas ao Rio Pelotas.(3 canhões Krupp 75 mm TL e 3 metralhadoras.

O General Gumercindo Saraiva que havia a mais tempo afirmado, “que já deveria ter-se desvinculado deste trambolho... “ conseguiu unir-se a Prestes Guimarães nos campos de Lagoa Vermelha(24 de junho de 1894) sob o assédio das forças legalistas do General José Gomes Pinheiro Machado, um dos comandantes da Divisão Norte.

Mas que fim teriam levado os 3 canhões Whitworth de 4 libras ?

Nesse tempo, de P.Alegre, houve uma remessa, via Buenos Aires, de um esquadrão de artilharia para a Divisão do General legalista, Hipólito Ribeiro, então comandante da guarnição de Uruguaiana, composta de quatro(4) canhões Whitworth, de antecarga, raiados, de calibre 4 libras (51mm), que se juntaram aquelas outras 3 peças, sob o comando do Coronel Aparício Mariense da Silva e usados no combate de Inhanduí.

Qual o destino dos quatro (4) canhôes Whitworth que o Tenente José Maria Macalão, da Divisão Norte, usou para bombardear as tropas de Gumercindo Saraiva e Joca Tavares nas grotas do arroio Ihanduí? Não se sabe!

Na atualidade, preservado para a posteridade, sob os olhos dos curiosos, que ao vê-lo desconhecem a história dessa raridade silenciosa, que permanece na tradição da História do Rio Grande do Sul. Desconsiderada a hipótese um dos canhões ocultos ou perdidos pelos federalistas antes da travessia do Rio Pelotas, resta questionar o registro dos quatro(4) canhões remetidos de P.Alegre. Poderia ser um deles o Provecto Adormecido ? Esta peça de artilharia, símbolo do poder militar de uma época, com sua presença atemorizante, incorporou seu nome na História da Pátria e do Rio Grande do Sul, permanecendo desconhecida a identidade dos seus heroicos artilheiros. Daí, o desfecho e como diz o poeta Luiz Carlos nesse fragmento de “O Canhão”

‘Guardando a expressão de austera indiferença, por tudo que o circunda, atento no infinito, queda-se a meditar no destino maldito, que prende a sua glória a uma tragédia imensa!


Agamenon Vladimir Silva, em P.Alegre, 23 de julho de 2013.


FonteS consultadas:  Adler Homero Fonseca de Castro, Mestre em História, Curador do Museu Militar Conde Linhares(RJ).

Nomenclatura Explicada e Guia do Fogueteiro de Guerra, TC de Art. Dr. Antonio José de Amaral. Ed. 1879. RJ

Manual do Aprendiz-Aratilheiro, Cap.Art.Antonio F.Duarte, ed. 1880

Velhos Regimentos , Gen. Heitor Borges Fortes, Bibliex, 1964.

A Marcha da Divisão Norte, AlbinoJ.F.Coutinho, ed. 1896

Memórias, Gen. Setembrino de Carvalho, Liv. Globo, 1950.






quinta-feira, 18 de julho de 2013

O TENENTE INSTRUTOR E A GRANADA DE MÃO INDESMONTÁVEL




Agamenon Vladimir Silva


Acerca de 68 anos passados, a Revista Alvorada, órgão da Sociedade Acadêmica do Curso de Formação de Oficiais da Brigada Militar(dezembro de 1945), publicava inédito artigo de autoria do 2º Tenente Eugenio Nelson Ritzel. Alí era relatado que na qualidade de instrutor preocupava-se em bem definir os engenhos bélicos, cujo uso, funcionamento e efeitos, deveria dar conhecimento à tropa. Naquela época, a Brigada Militar adotara dois tipos de granadas de mão, onde no seu entender haviam controvérsias na sua classificação, e que eram de dois tipos: uma granada de mão ovóide, modelo francês de 1921 e uma granada de mão cilíndrica, de fabricação tchecoslovaca(Skoda),, tanto uma quanto a outra, ofensivas .

Ocorrer antes lembrar, que este tipo de artefato bélico já eram conhecidos a outros também de origem europeia, e que três esquadrões da BM, sob o comando do Major Antonio Mariante, em 9 de agosto de 1923, tinham desbaratado um grupo de revolucionários, chefiados por Francisco Vaz Ferreira( Chico Marinho) andavam assolando o litoral(Cidreira) do Estado. Do espólio recolhido após os combates foram recolhidos entre outros armamentos, seis granadas de mão, duas das quais não explosivas, que não foram identificadas,

Durante a Revolução de 1930 e também na de 1932, as forças da BM foram atacadas com granadas de mão de diversos tipos, nacionais (Paulista e Rossi) e também estrangeiras. Daí que o aumento da frequência de uso deste tipo de artefato(ofensivas e defensivas)no campo de batalha tornou-se imperativo esclarecer e instruir corretamente os infantes não só teórica mas na prática do lançamento e da eficácia deste tipo de armamento.

Na utilização da tropa da BM predominou sempre o espírito ofensivo, isto é, na guerra de movimento e na perseguição do adversário, que devido a isso, não se tem maiores informações sobre a utiliz ação de g ranadas de mão defensivas, próprias para defesa de uma posição intrincheirada. Preocupado em instruir e ensinar as precauções com as granadas de mão, e havendo os dois tipos ofensivos em carga, com rótulos de indesmontáveis, resolveu melhor estudar a sua desativação, posto que para retirar-se a carga, torna-la inerte, não bastava tão somente extrair o detonador, devia ser retirada a mecha(cordel de Bickford) e a cápsula, a partir daí não ofereceria mais perigo.

Assim foi o Tenente Ritzel prendeu uma granada de mão cilíndrica, ofensiva, modelo tchecolovaco(SKODA) 1921 em um torno-morsa, para desmontá-la, o que era terminantemente proibido visto ser muito perigosa essa operação, já que a granada de mão ofensiva já vinha montada e carregada de fábrica, pronta para o emprego imediato. O engenho foi serrado na linha de junção das duas calotas que compunham o envólucro, tendo a cautela de girá-la a medida que os dentes da serra fossem acusando terem alcançado a carga de trotil. A operação foi concluída com êxito, separando a duas calotas, revelando o todo o seu interior. O “mistério” da advertência sobre a impossibilidade da desmontagem era para resguardar o segredo da fabricação.

Já dizia o saudoso Coronel Juvêncio Maximiliano de Lemos, “que a História deve ser escrita depois de cinquenta anos dos acontecimentos”, que é o que agora faço, em reconhecimento daquele jovem tenente, que dessa forma cumpriu a finalidade a que se propusera, solitário, demonstrando coragem e competência, podendo, então, continuar no ensino agora, na técnica do lançamento da granada de mão cilíndrica ofensiva, modelo 1921, que tinha uma potencia explosiva de uma granada de artilharia 75mm Dorso.

O jovem Tenente Eugênio Nelson Ritzel que ao longo da sua permanência na BM levou para vida civil, a disciplina e a integridade moral com que fora forjado, sendo um exemplo de cidadão, político e administrador municipal, com quem tive o privilégio de servir e desfrutar da sua amizade. 


Fontes consultadas: 
Revista Alvorada, ano IV, dezembro de 1945.
Guia Para a Instrução Militar da Tropa – Maj. Ruy Santiago. Ed. 1944
Aplicações Militares – Cap.Mancio de Menezes (Bibl. De Cultura Militar ´Gr. De mão – Treinamento do Granadeiro. Ed. 1943
Manual do candidato a graduado – Cap. Waldyr Jansen de Mello – 18ªed. - 1956

sábado, 13 de julho de 2013

SERVIÇO DE AVIAÇÃO DA BRIGADA MILITAR




Esta foi uma grande novidade e que me surpreendeu. 

O Cel Massot comprou dois aviões Bréguet, como bem sabemos, com as siglas de BM 1 e BM 2, o segundo batizado com o nome de Livramento. 

No entanto com o auxílio do pesquisador Martin Bensmuller, aposentado da Varig, soube que o nº 2 foi um aparelho "Morane Saulnier", também Francês, que chegou a ser registrado na Brigada, mas que por motivos que não sabemos foi trocado pelo "Livramento", especula-se que tenha sido em razão de seu custo. 

Posto a foto desse avião, onde é visível no leme a inscrição BM 2.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

CONSTRÓI-TE A TI MESMO!

Por Jerônimo Braga

Durante uma pesquisa encontrei um dos mais emblemáticos discursos já feitos por um Comandante Geral da Brigada, no caso o Cel Octávio Frota e foi pronunciado nas comemorações do 126º aniversário da Corporação, em 1963, aqui está um trecho:



"Quando tudo apodrece ao teu redor - quando até as religiões se esvaziam de conteúdo - quando os valores que construíram nossas almas perdem o sentido - quando a bússola que norteia os passos dos homens de bem se desmagnetizam - quando as forças morais são vilipendiadas nos atos dos homens que as proclamam - quando a torpeza, o interesse e a felonia estão a serviço do êxito pessoal - mantêm-te brigadiano. Incorrupto!

Sê fé onde só vês descrença - Sê amor onde só sentes cupidez - Sê virtude onde campeia o vício.

Constrói-te a ti mesmo. Erige-te homem em meio às sombras! Forja-te digno em meio à indignidade!

Exibe a tua verticalidade moral como insulto à venialidade!"

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O ÚLTIMO LANCEIRO NEGRO E A BRIGADA MILITAR





Agamenon Vladimir Silva



          Pesquisas iniciadas pelo inolvidável historiador, Cel. Hélio Moro Mariante e continuadas pelo Ten. Fernando Quadrado Leite do EB, Agamenon Vladimir Silva, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e o Dr. Firmino Chagas Costa, historiador e pesquisador emérito do Município de Júlio de Castilhos(Vila Rica), sobre aquele que é o último lanceiro negro, comprovado historicamente, “que sempre combatia  empunhando vigorosa e orgulhosamente  sua lança. “ 

                                 Trata-se, do bravo soldado negro republicano – Capitão  Nicolau Antonio dos Santos, natural da então Vila Rica, atual Júlio de Castilhos, que, ainda muito jovem(24anos) foi combatente na arma  da cavalaria, durante o decênio heroico (1835-1845), desconhece-se se emigrou com o Gen.Neto, após o episódio de Porongos, mas, sabe-se que combateu na guerra contra Rosas(1851-1852). Foi , mais tarde, para a Guerra contra o Paraguai(1864-1870),retornando em 14.03.1870, na graduação de sargento do 1º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, graduação que manteve por 40 anos.
                                
                                  Na Revolução Federalista(1893-1895) foi engajado como alferes nas forças civis e no fim do conflito retornou como capitão da Brigada Militar. Durante a Revolução Federalista comandou o 2º e o 3º Esquadrões do 1ºRegimento de Reserva da Cavalaria da Brigada Militar, presente no episódio do Carovi, onde foi ferido mortalmente o General Federalista Gumercindo Saraiva(03.08.1894).

                                  Após o término da Revolução Federalista, foi reformado  pela Brigada Militar, no posto de capitão e voltou a residir em Vila Rica(Júlio de Castilhos), onde veio a falecer em 15.10.1896. Como soldado de cavalaria que sempre o foi, como relíquia mantinha sua lança “da qual nunca se separou e com ela sempre combateu! “

                                  A História Rio-Grandense, de tempos em tempos, revela nomes e fatos de cidadãos e de soldados inigualáveis, que nos surpreendem e merecem nosso reconhecimento e veneração, como o Capitão Nicolau Antonio dos Santos, cuja lança (a ser confirmada a notícia) foi provável e recentemente localizada.



 Fontes:
1º - Esboço Histórico da História da B.Militar,1º vol., Maj.Miguel José Pereira:
2º - Arquivo  Pessoal do Cel. Hélio Moro Mariante:
3ºSentinela do Sul, P.A.1868; Almanaque AFR de 1900(Biblioteca Pública do Estado.

domingo, 17 de março de 2013

REVOLUÇÃO DE 32 EM DOM PEDRITO




Flagrante histórico da revolução de 1923 em Dom Pedrito, no passo do rio Santa Maria Chico momentos antes do combate quando foram atacados de surpresa por Flores da Cunha e Nepomuceno Saraiva. (cortesia da professora Ana Regina Fernandes Antunes) foto de Jorge Telles de Oliveira

FONTE: https://www.facebook.com/fotosantigas

segunda-feira, 11 de março de 2013

AS MEMÓRIAS DE UM NEGOCIADOR

DIÁRIO DE CANOAS - 11/03/2013


sexta-feira, 8 de março de 2013

UMA SARGENTO DETERMINADA E MILITAR

DIÁRIO DA MANHÃ 8/3/2013 10:18:00

FABIANE CHAVES

Ela no comando da tropa

Há 19 anos na carreira militar, a sargento Fabiane mostra que por trás da farda existe uma mulher batalhadora, guerreira e que leva a profissão a sério, não tem medo de enfrentar as ruas e quebrar paradigmas


Redação Passo Fundo / DM

A voz rouca de fala firme exige disciplina aos soldados que estão sob seu comando e por trás do fardamento, do cabelo preso na boina se esconde a mulher, que de frágil não tem nada, ao contrário, é determinada, perseverante e lutadora, que não tem medo das ruas e se mostra uma apaixonada pela profissão, mas não deixa de lado as manias de toda a mulher.

Por poucos instantes pude acompanhar as ordens da 1ª Sargento da Brigada Militar, no comando de quase 60 alunos do curso da Brigada Militar, passando ordens e ensinamentos, postura firme e cada detalhe que não pode falhar durante uma operação. Quando indagada sobre a postura durona, ela logo contesta: “Durona não, eu sou militar”, explica.

Carreira militar

Fabiane Chaves é a filha mais velha de três irmãs, gosta de esportes radicais, de viajar, fazer compras e principalmente trabalhar. Ocupando o cargo de sargento, ela começou na carreira militar há 19 anos, quando tinha apenas 18, e assim segue até hoje, se declarando apaixonada pela profissão que escolheu. Separada há dois anos e sem filhos, Fabiane gosta de curtir a vida. "Não deixes que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente", diz a frase que define sua personalidade no perfil de uma rede social.


(Sargento Fabiane: os olhos castanhos brilham ao falar da profissão / FOTO ALESSANDRA PASINATO)



A Sargento Fabiane tem muita história para contar e já atuou em diversos locais, Porto Alegre, Caxias do Sul, Gramado, Canela, Charqueadas, além de Passo Fundo na área de inteligência, no Regimento e no Batalhão de Operações Especiais, o que, segundo ela, oportunizaram muita experiência. Os olhos castanhos brilham ao falar da profissão, que ao invés de roupas finas usa uma “armadura” de uniforme. “A farda é o meu uniforme, a minha uma armadura e nela me sinto bem. Gosto de andar fardada, amo minha profissão”, declara a sargento.

Por trás da farda
Mas pelo jeito o amor não está só na profissão, o coração também anda apaixonado. Sem dar mais detalhes e com um sorriso largo no rosto, Fabiane conta que é caseira, não sai muito e tem muitos amigos, inclusive vários deles em comum com o trabalho na Brigada Militar. Gosta de frequentar bares, faz rapel, natação e jogar vôlei. Com uma vida agitada devido ao trabalho, quando tem folga ela prefere fazer as coisas que mais gosta, inclusive faxinar a casa.

Como toda a mulher, ela também adora comprar roupas e perfumes, faz as unhas semanalmente, vai ao salão de beleza cuidar do cabelo, ao supermercado fazer compras e sempre mantendo uma alimentação saudável, com frutas, verduras e cereais para manter o corpo em forma. Sapatos também estão na lista de compras, mas com 1,80 metros, a preferência fica longe dos saltos altos. Para ele, ser mulher é um dom de Deus, por que às mulheres cabe o dom de gerar a vida e dar continuidade a humanidade.

quarta-feira, 6 de março de 2013

BRIGADA AMBIENTAL

(Ronaldo Bernardi, Agência RBS)
ZERO HORA 06 de março de 2013 | N° 17363

AULA PRÁTICA

Dia de entrar na jaula para aprender lições ambientais. Em Viamão, futuros soldados da BM passam por treinamento em contato com animais apreendidos



Entre araras canindé e macau, tarrans e jabutis, um grupo com pouco mais de 30 alunos soldados da Brigada Militar manteve contato ontem com animais silvestres nativos e exóticos na Fazenda Quinta da Estância, em Viamão, na Região Metropolitana. Com formatura marcada para 20 de abril, junto a outros 2,5 mil aprovados no último concurso da BM, os futuros policiais viveram experiências variadas no treinamento, inclusive dentro de uma gaiola gigante.

Com 15 anos de experiência no Comando Ambiental, o tenente Sérgio Luís Barcellos, um dos professores do curso, organizou a visita para que 108 alunos tivessem contato com a realidade dos animais apreendidos. Para facilitar a logística, as visitas são realizadas em turmas de 30. Também ministrando a disciplina, o major Rodrigo Gonçalves dos Santos conduzirá uma turma de 60 alunos ao mesmo viveiro animal.

– Desde 2000, a matéria é comum a todos os soldados que ingressam na corporação, com visitas técnicas a diversos lugares. Em outros anos, fomos a aterros sanitários mostrar na prática a legislação que trata do tema – destaca Santos.

Os alunos estão cumprindo o terceiro e último ciclo do treinamento e capacitação ambiental. Segundo o tenente Barcellos, a grande maioria é de jovens com até 25 anos, do interior do Estado, e que nunca tiveram contato com a fauna desta forma.

Barcellos entende que, em visitas como esta, o soldado ainda em formação tem noção do quanto é prejudicial manter um animal silvestre em casa, hábito comum principalmente no Interior.

– A Quinta da Estância é parceira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desde 1996. Reabilitamos animais apreendidos há quase 17 anos – explica o biólogo da fazenda, Thiago Monteiro.

Quando recuperados, explica Monteiro, os animais também são soltos, como foi o caso de um veado-virá, espécie nativa do Estado. Entre as espécies tratadas na fazenda estão a marreca-piadeira e o pato-selvagem, cuja caça é proibida, mas recorrente no Rio Grande do Sul.

A Brigada Militar também utiliza uma área de preservação ambiental em Barra do Ribeiro, onde realiza estágios de até três dias com algumas turmas em aprendizado.

Para a aluna Martina Casarotto, 24 anos, natural de Dona Francisca, município próximo a Santa Maria, a atividade é importante. A partir do fim de abril, ela será uma dos 2,5 mil novos soldados nas ruas – a maioria deve atuar na Região Metropolitana. Martina, que nunca tinha visto tantas aves juntas, ficou deslumbrada com a diversidade e surpresa com a experiência de ficar em uma gaiola, durante uma das etapas do aprendizado:

– Ficar no viveiro humano foi uma situação muito incômoda, mas essencial para compreendermos um pouco o que os animais sentem.

THIAGO TIEZE

domingo, 3 de março de 2013

CABO TOCO


No mês da mulher lembrança a Cabo Toco - Primeira mulher a vestir a farda de nossa Brigada Militar - Enfermeira, combatente heroína.

Olmira Leal Oliveira - filha de Caçapava do Sul, nasceu em 18 de junho de 1902. Ficou conhecida como Cabo Toco graças à sua participação nas tropas da Brigada Militar durante a Revolução Federalista, enfrentando ninguém menos que o General Zeca Neto. 

Essa gaúcha foi enfermeira e combatente na Revolução de 23 - "Debaixo do talabarte, há um coração de mulher". Relembramos Cabo Toco, primeira mulher gaúcha a ostentar a farda da Brigada Militar. Olmira foi recrutada aos 21 anos de idade, para servir como enfermeira durante o movimento armado de 1923, quando Borges de Medeiros lutava pela legitimidade de sua reeleição ao governo do Estado. Ela lutou ainda, nos movimentos revolucionários seguintes (1924 e 1926).

Na década de 1920, integrou as fileiras da Brigada Militar, como combatente e enfermeira do 1.º Regimento de Cavalaria, hoje 1.º Regimento de Polícia Montada, sediado em Santa Maria. Participou dos movimentos revolucionários de 1923, 1924 e 1926. Incorporou em 1923 e só deixou a Brigada em 1932.

Ela também é patrona da primeira turma de PMs femininas do Estado. Ijuí também homenageou-a dando o seu nome a uma rua da cidade, bem como ao CTG do 9.º Batalhão da Polícia Militar da mesma cidade.
Cabo Toco, apesar de atos heróicos dentro do 13.º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, durante as revoluções de 1923 e 1924, depois de passar por várias batalhas com destaque de bravura, em 1932 deixou a corporação. 

Sua figura ficou conhecida em 1987, quando a intérprete Fátima Gimenez venceu a V Vigília do Canto Gaúcho contando sua história na música "Cabo Toco".

Morreu em 21 de outubro de 1989, morando em um barraco na zona periférica da cidade de Cachoeira do Sul. 

Recebia, quando faleceu, a pensão vitalícia especial, correspondente ao cargo de 2.º sargento da Brigada Militar concedida havia dez anos por parte do Governo do Estado


Matéria indicada por Diogo Franco
Foto  Terceiro Batalhão De Policiamento De Área de Fronteira.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

DRAMA E MOBILIZAÇÃO


ZERO HORA 27 de fevereiro de 2013 | N° 17356

TRAGÉDIA DE SANTA MARIA: O DOMINGO SEM FIM


Quando o telefone tocou, no meio da madrugada, o coordenador Regional da Defesa Civil, o tenente-coronel da Brigada Militar Adilomar Silva, cambaleou até o aparelho. Atendeu com a voz pastosa de sono. Do outro lado, na sala de operações do 1º Regimento de Polícia Montada, falava uma soldado.

– O senhor tem lona preta disponível, coronel? – questionou.

Intrigado com a necessidade repentina do material, geralmente usado para recompor telhados destruídos por intempéries, Silva perguntou qual a razão do pedido, feito às 3h45min daquele domingo, 27 de janeiro.

– Para cobrir corpos – respondeu a soldado.

O oficial explicou que toda a lona armazenada fora remetida a municípios próximos em razão das pesadas chuvas de granizo de setembro e outubro. Sugeriu que a brigadiana ligasse para a coordenadoria municipal da Defesa Civil. A soldado agradeceu e desligou. O tenente-coronel sentou-se na cama e, em seguida, sussurrou para si próprio:

– Como assim, cobrir corpos?

Telefonou de volta e indagou o que estava acontecendo. Ouviu sobre o incêndio que já deixara pelo menos 20 mortos. Intuiu que a dimensão do desastre exigiria o envolvimento da Defesa Civil, responsável por facilitar a coordenação entre diferentes órgãos em casos de emergência. Tomou um banho, vestiu o uniforme e partiu para dar início à dura missão de organizar o transporte, armazenamento, identificação e liberação das vítimas.

Por volta das 4h, quando o oficial terminava de se aprontar, o empresário Luís Gustavo Riet, 34 anos, ainda entrava e saía ofegante da boate carregando gente para fora do inferno de chamas e gases tóxicos. Riet estava na Kiss quando o incêndio começou e conseguiu escapar da fumaça venenosa. Em vez de ir embora, resolveu voltar e salvar pessoas.

– Encontrei um segurança chorando porque a mulher dele ainda estava lá dentro – conta.

O empresário tentou chegar até ela, mas achou o caminho bloqueado por uma pilha de corpos. Retornou puxando uma pessoa e, quando tentava entrar novamente, acabou impedido por um bombeiro, por razões de segurança. Olhou em volta e empunhou uma marreta da corporação. Com ela, começou a quebrar a fachada do estabelecimento para criar um novo acesso. Em segundos, outros jovens agarraram picaretas, machados e barras de ferro com o mesmo objetivo e compuseram uma das imagens mais emblemáticas da madrugada trágica. Um rombo se abriu na parede, mas, em vez de sobreviventes, por ali só saíram rolos de fumaça preta.

– Não deu para tirar ninguém – lamenta Riet, que ficaria cinco dias internado devido à aspiração dos gases.

Centro Desportivo Municipal vira epicentro da dor gaúcha

Quando o coordenador da Defesa Civil chegou ao local, antes das 4h30min, a marreta de Riet já tinha sido abandonada. Não havia mais esperança de resgatar sobreviventes, e os bombeiros faziam o rescaldo do incêndio no interior ainda esfumaçado da boate.

Adilomar em seguida entrou na Kiss e, pelo que pôde vislumbrar em meio à escuridão, achou que havia no mínimo mais 30 mortos no local, além dos 20 já retirados:

– Foi o momento mais chocante de todo o dia – avalia o tenente-coronel.

O novo desafio era organizar o cenário caótico e fazer o “manejo dos mortos”, no jargão de Defesa Civil. Adilomar e representantes da Brigada, prefeitura e Polícia Civil fizeram, diante dos escombros fumegantes da Kiss, a primeira reunião do que viria a se transformar no gabinete de gestão de crise em Santa Maria.

Uma das primeiras e mais importantes decisões a serem tomadas era definir o local para onde seriam removidos os corpos, a fim de serem identificados e entregues às famílias. Amplo, com boa infraestrutura e fácil acesso, o Centro Desportivo Municipal (CDM) se transformaria no epicentro da dor no Estado.

Para dar conta da catástrofe, o tenente-coronel de 43 anos, há 26 na Brigada, avaliou que seria necessário envolver mais órgãos oficiais. Telefonou para o chefe da Casa Militar, coronel Oscar Luiz Moiano, para pedir a liberação de aeronaves para transporte de vítimas, peritos para identificação dos mortos, apoio das Forças Armadas e reforço no efetivo da Defesa Civil.

Ainda pela manhã, servidores de órgãos e instituições como Brigada Militar, Instituto-geral de Perícias (IGP), prefeitura, secretarias estaduais, Exército, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e polícias Civil e Rodoviária Federal se uniram a cerca de 500 voluntários. O efetivo passou a ser coordenado pelo gabinete de gestão, no CDM, onde Adilomar se instalou.

Às 7h30min, um caminhão-baú da BM começou a buscar as vítimas e a deixá-las em um dos galpões do complexo. Ainda pela manhã, 234 corpos começaram a ser identificados. Quem não estava com a carteira de identidade tinha as impressões digitais colhidas e enviadas via internet para o IGP, na Capital, onde eram comparadas com um banco de dados.

– Nosso principal medo era que esse trabalho durasse mais de 24 horas. Por isso, já havíamos deixado frigoríficos da região de sobreaviso – revela o oficial.

Maratona fúnebre exigiu organização e agilidade

Com a chegada massiva de parentes em busca de informações, o tenente-coronel procurou orientar os brigadianos que faziam o policiamento da área: tinham de ser firmes para manter a ordem, mas respeitosos.

– Vi colegas disfarçando as lágrimas. Ninguém ficou totalmente alheio – conta.

À tarde, o CDM fervilhava com policiais, peritos, familiares e amigos de vítimas, jornalistas. Por trás da aparente confusão, havia um sistema: os corpos alinhados no primeiro galpão, uma vez identificados, passavam para um anexo. Lá, recebiam o registro do óbito. Então eram leva dos a uma terceira ala, onde eram entregues às funerárias e, de lá, liberados para os velórios, que começaram depois das 16h.

Em meio à maratona fúnebre, Adilomar e os demais integrantes do gabinete de crise faziam reuniões de hora em hora. No fim da tarde, o tenente-coronel deu-se conta de outro desafio: em um dia normal, Santa Maria realiza meia dúzia de enterros. Como dar conta de mais de uma centena que deveriam ocorrer o dia seguinte? Uma força-tarefa formada por Brigada Militar e Exército rumou, então, para os principais cemitérios da cidade, para abrir covas e gavetas para o dia seguinte.

O grande receio do oficial fora evitado: antes da meia-noite, os últimos corpos estavam identificados. A última vítima, acolhida em um caminhão-frigorífico do Exército, seria entregue aos familiares apenas na tarde de segunda-feira, porque seus parentes vinham de Mato Grosso do Sul.

Quando se completaram as 24 horas cruciais após o incêndio, a parte mais sensível do trabalho estava concluída, e Adilomar poderia ir para casa terminar a noite de sono interrompida na véspera. Em vez disso, tomou um café e continuou no CDM. Não estava com espírito para ir para casa, muito menos dormir.

O empresário Luís Gustavo Riet, que empunhou a marreta diante da Kiss, até hoje não consegue ter uma noite de sono:

– Tomo remédios, mas não durmo direito.

O gabinete de crise ainda funciona no CDM, e Adilomar segue trabalhando no auxílio a familiares de vítimas. Para personagens como o tenente-coronel, a noite de 27 de janeiro, o domingo cruel, ainda não acabou.

MARCELO GONZATTO

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

FARDAS EM LUTO

ZERO HORA 21 de fevereiro de 2013 | N° 17350

Um duro golpe para família de brigadianos

Filho de policial e irmão de PM que comandou liberação de reféns em Cotiporã tombou em confronto



Uma família que tem a vida de policial militar como referência sofreu seu maior golpe, em Caxias do Sul: a morte do sargento da reserva Jorge Alberto Amaral, 44 anos. Irmão do capitão Juliano Amaral, 33 anos, que em dezembro passado ganhou notoriedade ao comandar uma ação contra ladrões de joias em Cotiporã, e filho do subtenente aposentado Juvenil Chagas Amaral, 69 anos, Jorge foi assassinado por dois assaltantes na noite de terça-feira.

– Sempre contei histórias de brigadiano para ele. Mas quando decidiu virar um, fiquei com o coração apertado. Hoje, entendo o porquê – desabafou Juvenil ontem, sem sair de perto do caixão no qual o filho era velado.

Jorge estava na reserva da Brigada Militar havia cerca de dois meses. Aposentou-se após 25 anos de carreira, somada ao período em que serviu ao Exército. O último posto conquistado, há dois anos, foi o de terceiro sargento.

– Ele era muito dedicado. Um dos policiais mais atuantes. Mesmo nos horários de folga e agora, com a aposentadoria, continuava a trabalhar como segurança. Essa área era a vida dele e não pensava em largar – conta o pai.

Filho caçula vestiu farda para homenagear o pai

Em 2000, o soldado teve o primeiro sinal dos riscos da profissão. Ombro e perna foram atingidos ao evitar um assalto. Mesmo assim, persistiu na função. A carreira dele também motivou a escolha do irmão mais novo, Juliano, que ontem estava desolado. A família soma 74 anos de dedicação à BM.

Jorge deixa a mulher e três filhos. O caçula, por iniciativa própria, resolveu homenagear o pai durante o velório ao vestir uma farda. A cerimônia ficou lotada durante todo o dia. Lá estavam PMs, bombeiros, policiais civis e rodoviários e outros servidores públicos, além de amigos e familiares de Jorge.

– Ele era muito ligado à família e aos amigos. Aproveitava os poucos momentos de folga para passar com os filhos. Era muito brincalhão e animava o lugar onde estivesse – conta Juvenil.

A última reunião em família ocorreu no domingo.

ANDRÉ FIEDLER E RÓGER RUFFATO



Desolação no local do crime

A presença de dezenas de PMs em serviço e fora de serviço, acompanhados de policiais civis, e a reunião de pelo menos 10 viaturas de órgãos de segurança indicava que o crime ocorrido por volta das 22h45min de terça-feira no bairro Floresta era incomum. No local do nono homicídio registrado neste ano em Caxias do Sul, policiais militares se abraçavam sem acreditar na morte do ex-colega de farda. Informado sobre a morte do irmão, Juliano foi ao local. Chorando muito, ele se ajoelhou diante do corpo. Policiais militares o ampararam.

Jorge foi morto ao tentar interceptar dois homens que haviam roubado um Spin. A ação dos bandidos começou por volta das 22h30min no bairro Madureira. A dupla, em uma moto, abordou o dono do veículo na Rua Virgílio Ramos. Um dos ladrões entrou na garagem e assaltou a vítima que chegava em casa. O homem entregou o carro, e os criminosos fugiram – um deles na moto, e o outro, no carro roubado.

Ontem, a Polícia Civil ainda investigava como Jorge soube do assalto. Informado da ocorrência, possivelmente por um rádio na frequência da BM, ele teria iniciado por conta própria a perseguição aos bandidos, pilotando sua própria moto. A busca se estendeu por alguns quilômetros e acabou na Rua Cristiano Ramos de Oliveira. O ex-PM alcançou os bandidos e tentou abordar a Spin, que saiu da pista e parou. Conforme relatos de testemunhas à Brigada Militar, Jorge teria lutado com um dos ladrões e acabou baleado no pescoço. Ele morreu no local. O revólver que usava foi levado pelos criminosos.

Uma moradora das proximidades disse que assistia à TV com a família quando ouviu estampidos. Com medo, só percebeu o que havia acontecido cerca de 15 minutos depois, com a chegada da polícia.

– Ouvimos os tiros e nos escondemos – relata.

O crime é investigado pela Delegacia Especializada em Furtos, Roubos Entorpecentes e Capturas (Defrec). Conforme o delegado Ives Trindade, as diligências para reconstruir a sequência de acontecimentos se iniciaram ainda na noite de terça.

– Os agentes ouviram pelo menos cinco testemunhas no local da morte. Durante todo o dia, eles realizaram novas diligências em busca de pistas que indiquem a direção de fuga ou até mesmo a identificação. Solicitei as imagens de câmeras de segurança de alguns pontos comerciais daquela região, que podem nos ajudar nesse trabalho – relata Trindade.

Ainda segundo a polícia, testemunhas disseram terem ouvido dois disparos. Como o sargento teve apenas um ferimento à bala, uma das hipóteses é de que o ex-policial possa ter sido responsável pelo outro disparo e ter ferido um dos criminosos. Amostras de sangue foram colhidas no local pela perícia, que poderá apontar se houve outra pessoa ferida na ação.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

HERÓI: SGT RR É MORTO AO INTERCEPTAR BANDIDOS


ZERO HORA ONLINE 20/02/2013 | 01h02

CAXIAS DO SUL - Violência urbana

Irmão de policial que liderou libertação de reféns em Cotiporã é morto em Caxias do Sul. Sargento da reserva, Jorge Alberto Amaral, 44 anos, perseguiu assaltantes e acabou atingido por disparo



Juliano Amaral (camisa preta) é consolado por colegas da BM ao chegar no local onde o irmão foi morto - Foto: Porthus Junior / Agencia RBS


André Fiedler


Ao tentar interceptar dois homens que haviam roubado um veículo na noite de terça-feira, em Caxias do Sul, o sargento da Brigada Militar Jorge Alberto Amaral, 44 anos, foi morto por criminosos.

O policial militar, que estava na reserva, era irmão do capitão da BM Juliano Amaral, que se notabilizou por sua atuação em uma operação em Cotiporã, no final de dezembro.

A ação dos bandidos começou no bairro Madureira, quando a dupla, a bordo de uma motocicleta, teria abordado o dono de um veículo Spin na Rua Virgílio Ramos, nas proximidades do Hospital Virvi Ramos, antigo Fátima.

O dono do carro, que chegava em casa quando foi surpreendido, não reagiu ao ataque. A dupla de assaltantes fugiu, um deles conduzindo a moto, o outro o veículo roubado. O proprietário do carro levado não sofreu ferimentos.

Ainda não se sabe como Jorge Alberto ficou sabendo do assalto. De qualquer forma, informado da ocorrência, possivelmente por rádio, ele teria iniciado por conta própria a perseguição dos bandidos pilotando outra motocicleta, de sua propriedade. A busca aos bandidos se estendeu por alguns quilômetros e acabou na Rua Cristiano Ramos de Oliveira, próximo à esquina com a Avenida Perimetral Bruno Segalla.

No local, o sargento, que estava na reserva havia aproximadamente 30 dias, alcançou os bandidos e entrou em luta corporal com o tripulante da outra motocicleta. Foi então que foi atingido por pelo menos um disparo no pescoço e acabou morrendo no local. A Spin foi abandonada no ponto em que ocorreram os disparos.

O sargento é de família de policiais militares e irmão do capitão Juliano Amaral, que ficou conhecido por liderar o resgate dos reféns após o ataque a uma fábrica de joias de Cotiporã, no dia 30 de dezembro de 2012.

As nove pessoas, entre elas uma criança, foram encontradas à noite, depois de ficarem cerca de 20 horas desaparecidas, na localidade de Santa Lúcia, a aproximadamente cinco quilômetros de onde foram levadas pelos criminosos.

Pelo Twitter pessoal, o capitão Juliano publicou em tempo real a informação sobre a liberação: "Estamos com as nove vítimas sãs e salvas e bem. Deus seja louvado!".

PIONEIRO

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É mais um policial militar que tomba em nome de um juramento que fica gravado no coração e que, mesmo na reserva, não é esquecido pelos heróis da Brigada Militar. Nosso sentimento de pesar ao Capitão Juliano e à família e amigos do Sargento Jorge Alberto Amaral que entrega a vida na defesa da sociedade para uma bandidagem cada vez mais favorecida e impune.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

UM HERÓI FERIDO

ZERO HORA 17 de fevereiro de 2013 | N° 17346

ATAQUE EM COTIPORÃ


Passados 45 dias de uma das maiores ações criminosas da história do Estado, em que três assaltantes foram mortos e nenhum refém restou ferido após a explosão de uma fábrica de jóias, o único policial militar baleado com gravidade na madrugada de 30 de dezembro, em Cotiporã, vive momentos de angústia.

Oservidor público que protegeu uma família de agricultores e tirou de circulação bandidos que usavam explosivos para roubar bancos, pedágios e empresas vê golpeado, pela primeira vez em 15 anos, o orgulho de vestir a farda da Brigada Militar. Entre os mortos, estava o então foragido número 1 do RS, Elizandro Rodrigo Falcão, 31 anos.

Além do movimento em uma das mãos, o PM de 41 anos, casado e pai de um menino de seis anos, perdeu o vale-alimentação, as horas extras e a gratificação salarial que dobravam seu salário. Além disso, admite que a curto prazo não receberá a promoção anunciada pelo governador Tarso Genro.

A promoção, que tramita na Subcomissão de Avaliação e Mérito de Praças da BM, só ocorrerá quando o soldado for considerado inocente no inquérito aberto pela BM para verificar se os policiais não se excederam no confronto com os assaltantes. O PM também precisará ser inocentado na ação civil pública que tramita na Justiça comum. A seguir, entrevista concedida por ele ao jornal Pioneiro.

ROGER RUFFATO



PM tem perdas salariais

Mesmo que as reduções na folha de pagamento de um policial militar ferido constem no estatuto, a Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar as considera arbitrárias.

Além de perder horas extras e bonificações, o soldado ferido também fica sem direito ao vale-alimentação durante o período de afastamento. Outra luta da entidade é pela garantia de apoio psicológico, não oferecido aos servidores:

– O regulamento é ultrapassado. Temos muitos soldados dispensados por não terem condições de atuar nas ruas, mas que poderiam desempenhar atividades administrativas. Neste caso, o soldado é mutilado psicologicamente porque, para a Brigada, se tu não podes atuar fora, é um inútil – diz o presidente da associação, Leonel Lucas.

Contraponto - O que diz o comandante interino do Comando de Policiamento Ostensivo da Serra, tenente-coronel Leonel Bueno: Ele continua afastado da atividade policial por causa da lesão. Só o tempo irá dizer se ele irá retornar. A legislação não permite que ele receba hora extra por estar em licença de saúde. Mas o vale-alimentação ele recebe normalmente, não é suspenso por objeto de serviço. Pela antiguidade, ele recebia uma diferença de graduação, que é permitida quando há vacância em um cargo superior. No caso, o de sargento.


ENTREVISTA - “Eu poderia nem estar mais aqui”

Policial baleado

Pioneiro – Como vocês estavam armados? E os bandidos?

Policial – Eles estavam com fuzil, pistola e quatro ou cinco armas curtas. Nós tínhamos três fuzis.

Pioneiro – Em que momento o senhor foi baleado?

Policial – Quando eu me protegi atrás da viatura para recarregar a pistola. Levei dois tiros na perna e o meu colega levou estilhaços na canela. Quando sobrou só um bandido (o criminoso achado no mato uma semana depois), ele fez um cordão de reféns para evitar que a gente atirasse nele. Quando eu mandei os reféns se abaixarem, ele atirou no meu braço. Eu tentava negociar a saída dele ou a nossa. No começo, ele queria que nós pegássemos a viatura e fôssemos embora. Depois, tentou negociar para que ele fosse embora. Quando os colegas falaram que não tinha chance, ele fugiu para o mato.

Pioneiro – Você foi logo atendido?

Policial – Não, demorou. Eu estava perdendo sangue, com o braço quebrado.

Pioneiro – Você sofreu algum impacto emocional?

Policial – Todos que estavam envolvidos têm experiência. Não teve nenhum tipo de sequela psicológica.

Pioneiro – O que mudou na sua vida profissional?

Policial – A Brigada está me dando a assistência que preciso. Passei por duas cirurgias, fiquei 17 dias no hospital sem qualquer custo. Mas agora estou afastado, a princípio por seis meses, para recuperação dos movimentos da mão.

Pioneiro – Qual era seu salário antes e quanto recebe agora?

Policial – Nós perdemos parte do sálario quando somos afastados. Perdi a gratificação que ganhava como sargento (embora seja soldado). É complicado perder parte do salário. Quando mais você precisa, o salário é retirado. Mas faz parte do regulamento. Tenho 15 anos na BM, e sempre foi assim.

Pioneiro – Qual sua renda?

Policial – Eu estava recebendo em média R$ 3 mil. Agora recebo em torno de R$ 1,7 mil. O problema é que as contas não param. Só com aluguel nós gastamos R$ 500. Por enquanto, estamos conseguindo encaixar dentro da renda. Não está faltando nada.

Pioneiro – O governador Tarso Genro anunciou, quando visitou Cotiporã, que pediria a promoção dos policiais que atuaram no confronto. Se promovido, o senhor passará de soldado para...

Policial – Nós arriscamos a nossa vida, eu poderia nem estar mais aqui, então seria uma valorização ao policial militar. Eu passaria para segundo-sargento.

Pioneiro – Quando o senhor volta ao serviço?

Policial – A minha expectativa era que fosse o mais rápido possível, mas vai demorar um pouco, pois é preciso que o inquérito aberto para ver se agimos corretamente seja arquivado. Essa demora, financeiramente, acabará me prejudicando.

Pioneiro – E o futuro?

Policial – O meu objetivo é recuperar o movimento da mão. Minha mãe pede que eu saia da Brigada e consiga outro emprego. Mas, depois de passar 15 anos na Brigada, é complicado abandonar tudo.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

OFICIAIS DO HEROICO VISITAM AS RUINAS DO CATY



Jorge Gravana Pacheco Pacheco - Facebook


FOTO TIRADA EM FEV 1972 NO CATY INTERIOR DE LIVRAMENTO , COM OFICIAIS DO SEGUNDO REGIMENTO DE POLICIA RURAL MAONTADA . TENENTE GRAVANA ( ULTIMO A DIREITA ).

Da esquerda para direita : CAP PM ANISIO SEVERO PORTILHO, PAISANO, TEN PM CARLOS IVAN SILVA, TEN PM PAULO CESAR BENITES FAGUNDES, MAJ PM LÉO ... , TEN CEL PM ESMERALDO DA FONSECA FILHO; TEN PM ANTONIO CARLOS MACIEL RODRIGUES, TEN PM DIRLEI RIOGRANDINO FERREIRA OPPA, e MEU IRMÃO TEN PM JORGE GRAVANA PACHECO.

HISTÓRIA - Durante a Revolução Federalista de 1893 a 1895, a excepcional desenvoltura militar de João Francisco lhe valeu o prestígio junto aos governistas e o ódio dos federalistas, que cresceu após os desfechos do Campo Osório, onde foi ceifada a vida do Almirante Saldanha da Gama, em junho de 1895. 

No final da contenda, o esquadrão de João Francisco transformou-se no 2º Corpo de Cavalaria Civil, sob o comando da Divisão do General Hipólito Ribeiro. Quatro meses após a assinatura da paz de 23 de agosto de 1895, o agrupamento foi dispensado pelo Exército Nacional.

Porém, o presidente do Estado, Julio de Castilhos, determinou a sua conversão no 2º Regimento da Cavalaria Provisório da Brigada Militar, responsabilizando-o pelo patrulhamento da Fronteira. O regimento estacionou na Serra do Cati, localização estratégica na divisa de Livramento e Quaraí.Construiu-se aí um moderno quartel, que contava com água e esgotos encanados, iluminação a gás acetileno, residências para oficiais e soldados, oficinas, pequenas indústrias. 

Com o tempo, o Quartel do Cati ganhou uma linha telefônica e pombos-correio. Tinha ainda adjacente um núcleo colonial, que provia a tropa de gêneros e abrigava seus familiares. A fama das instalações correu fronteiras, despertando significativo interesse na imprensa no Uruguai, na Argentina e no Rio de Janeiro. Era considerado um quartel-modelo. Assim, com destacamentos bem municiados e adestrados e percorrendo permanentemente os campos e as cidades limítrofes, nada se movia entre Livramento e São Borja que escapasse às vistas de João Francisco.

FONTE: http://www.revistavoto.com.br/site/imprimir_coluna.php?id=60

sábado, 26 de janeiro de 2013

BAIXA EM SERVIÇO


ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324


Morre soldado ferido com a própria arma

PM havia sido baleado em luta com traficante em Porto Alegre, na quarta

ALINE CUSTÓDIO

Depois de dois dias lutando pela vida na UTI do Hospital São Lucas, da PUCRS, o soldado da Brigada Militar Marcelo Fogaça Rocha, 41 anos, não resistiu aos ferimentos do combate com um suspeito de envolvimento com o tráfico no bairro São José, em Porto Alegre. O policial militar será sepultado hoje, às 9h30min, no Cemitério João XXIII.

Na quarta-feira, o soldado do 19º Batalhão de Polícia Militar e um colega decidiram abordar um táxi, na Rua C, no Campo da Tuca, zona leste da Capital, onde estava um homem armado com um revólver calibre 38. O suspeito, Ivan Claudionor Lopes Simões, 32 anos, que já tinha sido atingido por dois tiros de policiais horas antes, desceu e lutou com Fogaça até que conseguiu pegar a arma – uma espingarda calibre 12 – e disparar contra o PM.

Apesar de estar utilizando colete à prova de balas, o PM foi atingido entre a virilha e o abdômen. O disparo atingiu justamente a parte desprotegida, próxima à virilha, rompendo artérias, intestino e órgãos internos. Simões, que já estava ferido, acabou preso pelos policiais. O soldado passou por cirurgia, mas não resistiu.

Segundo o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), soldado Leonel Lucas, é o primeiro caso em 2013 de morte de um policial militar em serviço no Estado. No ano passado, 11 PMs morreram no RS – seis em confronto e cinco em horário de folga. Em nota, a Abamf lamentou “que o ano de 2013 inicie com o registro do tombamento de mais um servidor militar que trabalha pela segurança da sociedade, mas é atingido pela violência que impera quase impune no Brasil”.

Casado e pai de um rapaz de 18 anos e de uma menina de 11 anos, o soldado Fogaça atuava no 19º BPM (imediações do Partenon) havia oito anos. Preso em flagrante, o suspeito do disparo tem antecedentes por tráfico.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, é mais um heróis que a Brigada Militar perde. Os gestores policiais precisam analisar bem este fato para instruir os policiais sobre as circunstâncias que levaram a esta consequência terrível para a família e para toda a corporação. Digo isto, porque tive uma experiência semelhante quando um dos meus policiais foi ferido com um tiro de fuzil na barriga por ter se aproximado indevidamente de um bandido já rendido e que lhe tomou a arma e a usou para desferir o tiro. Toda arma de fogo requer uma distância mínima para render um oponente, diferentemente de uma arma branca onde a aproximação é  necessária. Com a palavra os técnicos na prática de tiro.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

RONDAS DE BICICLETA


ZERO HORA MOINHOS 24 de janeiro de 2013 | N° 17322


Rondas de bicicleta em parques da região

Policiamento sobre duas rodas, feito pela Brigada Militar, completa um ano e pode ser ampliado



Ao completar um ano, as rondas de bicicleta da Brigada Militar pela região recebem boa avaliação da corporação e, no horizonte, surgem opções de ampliação do serviço. As informações são do capitão Júlio Cesar de Ávila Peres, comandante da 3ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).

Uma entre as vantagens atribuídas ao policiamento sobre duas rodas e sem motor é a mobilidade. No trânsito cada vez mais congestionado, os brigadianos conseguem evitar as filas de carros e chegar a uma ocorrência com maior agilidade.

Se o caso é mais sério e exige prisões, por exemplo, os policiais vão até o local com a bicicleta para atender a ocorrência enquanto, ao acompanhar pelo rádio as informações, outra parte do efetivo se desloca por viatura. O comandante também destaca a maior proximidade entre a comunidade e a corporação, identificada pelo uniforme amarelo e preto.

– Com as bicicletas, o atendimento melhorou bastante, e a comunidade gosta. Conseguimos atender, inclusive, mais ocorrências do que uma viatura, em virtude do aumento da capacidade operacional – afirma Ávila.

A prática foi inspirada em outras cidades gaúchas e em polícias do Exterior. A 3ª Companhia conta com oito bicicletas, no estilo mountain bike, mais robustas, que fazem o policiamento entre o Parcão e a Redenção, podendo trabalhar fora do trecho. Cada policial tem a sua bicicleta e conta com arma, bastão, algema, lanterna e material para registrar ocorrência. Conforme Ávila, policiais que ainda não trabalham com as bikes já manifestaram vontade de usá-las, o que deve ocorrer após a formação de novos soldados que aumentarão o efetivo:

– Para trabalhar com a bicicleta, o policial tem de se voluntariar. E cada vez mais eles querem isso. Os que já usam estão gostando, até por fazer uma atividade física.

O policiamento de bicicleta é feito normalmente durante o dia e, excepcionalmente, à noite, durante eventos.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

EQUIPE AEROMÉDICA

ZERO HORA 10/01/2013 | 06h01

Avião adaptado para transportar pacientes é parceria inédita no Litoral. Menino mordido por cachorro em Torres, na terça-feira, foi transferido no Guapo 16 com agilidade para a Capital


Equipe de médico e enfermeiro integra tripulação de praças e oficiais para salvar vidas
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS

Bruna Scirea

Os 20 policiais militares que desafiam o tempo e o ar para salvar vidas no Litoral Norte trazem novas companhias a bordo. Diariamente, uma equipe formada por médico integra a tripulação de praças e oficiais que, no céu, são como anjos.

Devido ao convênio firmado neste verão entre a Brigada Militar, por intermédio do Batalhão de Aviação (BAv) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), pacientes como Pietro Jobim Pastorini de Sousa Borges, quatro anos, mordido por um cachorro em Torres na última terça, puderam ser deslocados ou atendidos com agilidade — característica determinante em alguns casos.

— Torcemos para não ser acionados, pois, quando somos, é porque a situação é realmente grave. Então, nesses momentos, é fundamental poder contar com a novidade de termos uma equipe médica conosco — avalia o comandante do Batalhão de Aviação da Brigada, tenente-coronel Carlos Alberto Selistre.

A parceria, que já tem força em Etados como São Paulo e Santa Catarina, ainda está em fase de teste no Rio Grande do Sul. E para que este primeiro passo fosse possível, uma aeronave teve ser adaptada. Com assentos subtraídos e equipamentos especiais adicionados, o Guapo 16 ganhou ares de UTI no céu. Nele, é possível transportar pacientes do Litoral Norte para a Capital, desde que a família concorde e não haja prejuízo ao paciente, uma vez que a aeronave não é pressurizada.

— O espaço é pequeno. Por isso, o atendimento tem de ser resolutivo e feito com um número reduzido de materiais. No entanto, temos a chance de remover rapidamente e salvar vidas que poderiam ter fim com a demora — explica a médica Rossana de Carli.

VELOCIDADE COMO ALIADA

Além da remoção por meio do Guapo 16, os profissionais estão aptos para atuar com a tripulação em casos de afogamento, acidentes em rodovias ou em qualquer situação em que a velocidade seja a maior aliada. Para isso, o grupo ainda conta com outras duas aeronaves: um avião monomotor e um helicóptero.

A ideia é de que este projeto-piloto seja qualificado com formação e capacitação de novas equipes médicas, compra de equipamentos e, até mesmo, aquisição de uma aeronave-UTI. De acordo com Maicon Vargas, coordenador geral do Samu no Estado, o objetivo final é oferecer o atendimento aeromédico durante todo o ano e em todas as regiões gaúchas.

Desde o início da Operação Golfinho, em 15 de dezembro, o batalhão já foi acionado 11 vezes para agir em salvamentos no mar e águas internas e nas rodovias com os médicos e enfermeiros da SAMU. Com orgulho de quem vê os esforços valerem a pena, eles não contabilizam nenhuma morte. Todas as intervenções desta nova parceria foram de sucesso.

USO DE CADA AERONAVE

> Multimotor Embraer 810 Sêneca (Guapo 16)

Utilizado para a realização de eventuais missões de misericórdia, ou seja, transportar pacientes do Litoral Norte para a Capital, desde que a família concorde e não haja prejuízo ao paciente, uma vez que a aeronave não é pressurizada.

> Monomotor Cessna Centurion

Empregado em missões de patrulhamento na orla, sobre rodovias e, principalmente na rápida localização de vítimas à deriva no mar ou em lagoas.

> Helicóptero Schweizer

Usado em atividades de salvamento aquático. No entanto, por ser de apenas dois lugares, permite que apenas um tripulante operacional seja lançado à água de cada vez para fazer o salvamento. Os helicópteros multimissão do BAv (Esquilo), ideais para esta situação, estão em manutenção em Minas Gerais, sem uma exata previsão de retorno.

SERVIÇO

A ajuda da equipe aeromédica pode ser solicitada pelos telefones 3665-2813, 190 e 192.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PROFISSIONALISMO, HEROÍSMO OU SORTE?




JORNAL DO COMERCIO, 04/01/2013


Jorge Luiz Prestes Braga


Por ocasião do assalto à fábrica de joias em Cotiporã assistimos, nós, a população, o povo, os reles mortais, a uma atuação digna de registro e de excelência profissional invejáveis da Brigada Militar como um todo, oficiais e praças, sem mágoas, recalques, desavenças ou ressentimentos “interna corporis”. A população dos pequenos municípios do Interior do Estado já não pode mais se reservar ao direito de ir e vir como bem entende, pois a violência já não é mais privilégio dos grandes centros e avança a cada dia, ceifando vidas e acabando com a qualidade de vida nesses outrora oásis do bem viver. Impossível analisar da atuação Policial Militar de forma mais concreta estando afastado do local e hora do acontecido, mas pelo que se noticiou, o enfrentamento foi rápido, violento e deixou resultados amplamente positivos para a força pública. Os policiais militares que atuaram no ocorrido deram mostras de inequívoco preparo técnico, coragem e desprendimento.

A repercussão na mídia, no caso amplamente positiva, se mostra oportuna para indagar: e se tivesse morrido um refém? A repercussão teria sido a mesma? A atuação positiva teve por base trabalho preventivo de inteligência policial aliado à decisão oportuna de manobra de tropa e meios materiais adequados para as cercanias do local de provável atuação da quadrilha. É de salientar que as ações de enfrentamento denotaram o preparo profissional e a coragem dos policiais que as protagonizaram, tudo resultado da experiência anterior aliada ao necessário e fundamental treinamento a que são submetidos os policiais militares em seus mais diversos cursos de formação, aperfeiçoamento e preparação. Qualificar de heróis ou simplesmente relegar a uma boa dose de sorte o desfecho satisfatório resultante da atuação policial é uma posição minimalista, a qual não me alio e nem se sustenta frente à realidade dos fatos. O entendimento mais correto, a meu ver, vai na linha de que o resultado foi fruto do empenho diário da Brigada Militar, através de seus oficiais e praças, em suas ações de treinamento, planejamento, fiscalização e execução do policiamento ostensivo em suas mais variadas modalidades e processos.

Coronel RR, ex-presidente da AsOfBM